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A FUNDAÇÃO DO MOSTEIRO DE JEQUITIBÁ

A Abadia Nossa Senhora Mãe do Divino Pastor (lat. Abbatia B.M.V. Divini Pastoris Matris) é um mosteiro da Ordem Cisterciense da Comum Observância (O. Cist.) e que faz parte da Congregação Brasileira dos Cistercienses, localizado na zona rural da cidade de Mundo Novo, estado da Bahia. É um dos cinco mosteiros Cistercienses masculinos do país. Faz parte da linhagem da Abadia de Morimond, uma das quatro primeiras fundações filhas da Abadia principal de Cister.

Introdução

A Abadia de Jequitibá foi fundada no dia 18 de agosto de 1939 por monges austríacos, provenientes da Abadia de Schlierbach, que desejavam iniciar uma fundação missionária nas terras de missão do Novo Mundo, outro fator que colaborou foi a perseguição pelo regime nazista.

O abade D. Aloísio Wiesinger, de Schlierbach, ameaçado pelos nacional-socialistas, trabalhou como missionário em Jequitibá de 1939 a 1946. Em 1950, erigido inicialmente como Priorado, o mosteiro foi elevado à Abadia Independente. O primeiro abade foi D. Antonio Moser, que chefiou o mosteiro por 46 anos (1950–1996). Ele viu a sua missão em dar algum trabalho às pessoas da região (escola de artesanato, oficinas de treinamento, dentre outros).

Escudo do Brasão da Abadia de Jequitibá

DA VITAM PRO OVIBUS (Jo 10,11)

Mosteiro Sui Iuris


Fundadores: Cel. Plínio Tude de Souza, D. Isabel Fernandes Tude de Souza, D. Aloísio Wiesinger O. Cist.

Jequitibá, 18 de agosto de 1939.

Mundo Novo, Bahia. 44.800-000.


Superior: Pe. Antonio José Nogueira de Souza, O. Cist (2018 - atual)

Atividades: Administração da Fundação Divina Pastora, Pousada, Terapias Naturais, Agropecuária, Jardinagem, Educação técnica agrícola, Pastoral paroquial, etc.

História

Desde 1936 o então abade de Schlierbach, Dom Aloísio Wiesinger, pensava numa fundação missionária, como resposta ao Capítulo Geral da Ordem em 1925. Schlierbach, então, aceitou o novo programa missionário proposto pelo papa Pio XI de expandirem suas missões para fora da Europa.

O Capítulo de 1925 apoiou sem reservas o programa de missões exteriores em grande escala propiciado pelo Papa Pio XI, e buscou também como uma comunidade monástica poderia realizar atividade missionária sem sacrificar suas características básicas. (...) Esta difícil tarefa encontrou um promotor diligente o abade Aloísio Wiesinger de Schlierbach, cujo mosteiro se converteu de imediato ao centro do movimento. O abade informou no Capítulo Geral extraordinário de 1927 sobre o resultado de suas pesquisas, relacionadas com a América do Norte e do Sul, e o trabalho começou de imediato.

Certo dia, estando em Salvador/BA, para resolver algumas questões, os Padres Alfredo, Adolfo e Berchmans, vindos de Schlierbach a pedido de Dom Hugo Bressane de Araújo (primeiro Bispo de Senhor do Bonfim/BA) para tomar posse da Paróquia de Jacobina, foram reconhecidos pela Sr.ª Dona Isabel Fernandes Tude de Souza por causa do hábito branco e preto dos Cistercienses. Ela, por sua vez, falou-lhes do testamento de seu falecido esposo – o Sr. Coronel Plínio Tude de Souza – o qual desejava criar uma Fundação que contemplasse o bem material e espiritual dos lavradores da Fazenda Jequitibá.

[...] Declaro que tendo eu e minha mulher Dona Izabel Fernandes Tude de Souza nascidos na zona sertaneja, onde possuímos grande parte de nossos bens e onde por anos vivemos contentes e com felicidade, é nosso desejo beneficiar a referida zona, o que ora fazemos neste nosso testamento, criando a “Fundação Divina Pastora”. Assim lego à mesma Fundação Divina Pastora, aqui instituída, a fazenda de engorda denominada “Jequitibá”, no município de Mundo Novo, com todas as benfeitorias, gado, etc. e tudo mais que nela existir ao tempo de abrir-se a sucessão, para na mesma fazenda ser criada a escola de ensino primário rural [...]. Nesses estabelecimentos exigimos que seja dado o ensino do catecismo e seja ensinada e divulgada a nossa Santa Religião Católica Apostólica Romana, como base primordial da referida Fundação Divina Pastora. [...].

Entrementes, Dona Isabel havia encarregado primeiramente os monges Beneditinos de Salvador para iniciar a fundação no ano de 1937, cumprindo assim a vontade do falecido esposo. Todavia, devido a falta de pessoal (haviam poucos monges presentes no mosteiro de Salvador) e a alguns conflitos entre a tutora e os Beneditinos, ela decidiu optar pelos monges Cistercienses que em hora e tempo oportuno lá estavam. Convidou então o Padre Alfredo para visitar a Fazenda Jequitibá, o qual achou excelente e propício o lugar para a implantação do referido mosteiro. A princípio foram três os visitantes: Padre Alfredo Haasler, Padre Adolfo Lukasser e Padre João Berchmans Elsen, que já se encontravam na paróquia de Jacobina a convite de Dom Hugo Bressane.

Inicialmente, D. Hugo, além de ter entregue a Paróquia de Santo Antônio aos padres Cistercienses, havia oferecido também a Igreja da Conceição para ser a futura Igreja do Mosteiro, pois o bispo achava melhor que os monges ficassem em Jacobina. Porém, no mesmo ano, o próprio abade de Schlierbach, D. Aloísio, chega ao Brasil para acertar os detalhes do empreendimento da nova fundação na região de Jequitibá, pois já haviam se deslumbrado com o lugar. Outro fator levado em consideração pela optação da localidade foi a tradição cisterciense de construir seus mosteiros no campo, na zona rural, para viabilizar o trabalho manual, o silêncio e a fuga mundi.

Pouco depois, atendendo o chamado do abade Aloísio, chegam os monges pioneiros do Mosteiro de Jequitibá:

  • O engenheiro civil Padre Hermano Hahn;

  • Padre Antonio Moser, na época, que depois viria ser Abade do mosteiro a partir de 1945;

  • Padre Reinaldo Stieger;

  • Padre Henrique Bauer;

  • Padre Fridolino Glasauer;

  • Irmão Emílio Weber;

  • Irmão Ubaldo Pusch;

  • Irmão Humberto Stocker;

  • Irmão Werner Hofer.

Construção da primeira ala do Mosteiro

Inauguração da primeira ala do Mosteiro

Inauguração da primeira ala do Mosteiro

Bênção e lançamento da pedra fundamental do mosteiro

Bênção e lançamento da pedra fundamental

Um dos primeiros automoveis do Mosteiro.jpg

Um dos primeiros automóveis do Mosteiro

Dom Hugo Bressane de Araújo

Dom Hugo Bressane de Araújo

Dom Aloísio Wiesinger

Dom Aloísio Wiesinger, O. Cist.

Superiores - da fundação aos dias atuais

Fundador

† Dom Alois Wiesinger

1939 – 1946

– – – – – – – – – – – –

1º Abade

† Dom Anton Moser

1950 – 1996

Brasão de Dom Antonio Moser

2º Abade

Dom Meinrad Josef Schröger

1996 – 2004

Brasão de Dom Meinrado

3º Abade

Dom Josef Hehenberger

2004 – 2014

Brasão de Dom José

Priores

1º Prior Administrador

2º Prior Administrador

Pe. João Crisóstomo de Almeida

2015 – 2017

Pe. Antonio José Nogueira de Souza

2018 – atual

Informações adicionais

Atualmente, a Abadia de Jequitibá congrega o Mosteiro e a Fundação Divina Pastora; a Pousada São Bernardo; a Casa de Saúde Santa Hildegarda que trabalha com Terapias Holísticas e manipulação de produtos naturais e cosméticos; a Paróquia de Jequitibá (Divina Pastora); Padaria; Ateliê de arte sacra; Museus de arte sacra, de taxidermia, de objetos naturais e objetos antigos; Hospedaria do claustro; Biblioteca São Bernardo; Cemitério Divina Pastora, um Centro de Formação; além de diversos serviços na área social, nas áreas de educação, saúde, habitação, turismo, dentre outros.

Coronel Plínio Tude de Souza e Dona Isabel Fernandes Tude de Souza

Coronel Plínio Tude de Souza e sua esposa

Dona Isabel Fernandes Tude de Souza

Antigo Jequitibá, árvore mãe, que deu nome à região. Morta atravessada por um raio.

Antigo Jequitibá, árvore mãe, que deu nome à região. Morta atravessada por um raio.

Linhagem

Cîteaux

Morimond

Ebrach

Rein

Schlierbach

Jequitibá

Fundação:

21.03.1098

Fundação:

25.06.1115

Fundação:

1127

Supressão:

1803

Fundação:

08.09.1130

Fundação:

1355

Fundação:

18.08.1939

Carta de Brasão d'Armas

Brasão.png

Descrição Heráldica

De sable, Escudo ibérico, a bordura de argento e sable. De argento e gules, do cantão destro do chefe ao cantão sinistro da ponta, banda quadriculada. De blau, no abismo, Escudete com bordura de argento e sable, carregado de uma flor-de-lis de argento, sua pétala central é um cajado, do mesmo. Brocante sobre ínfulas pendentes da Mitra forrada de gules com duas cruzetas do mesmo e um báculo, de or, com velo forrado do mesmo e em argento, passado em aspa. De gules, Listel ferrado em or com lema em latim: "DA VITAM PRO OVIBUS" escrito em letras versais, de or.

Descrição Simbólica

  • Escudo: brasão de armas de São Bernardo de Claraval. Nos primórdios do mosteiro os monges eram conhecidos como "os Filhos de São Bernardo".

  • Escudete: o azul e a flor-de-lis (lírio estilizado) remetem à Ordem de Cister. Tanto a cor como a flor são sinais da Virgem Maria, e também "os lírios do campo" são sinal do trabalho manual. A pétala central em forma de cajado é símbolo do Bom Pastor e da Divina Pastora.

  • Listel: traz o lema da Abadia "DAR A VIDA PELAS OVELHAS" inspirado no evangelho de São João 10,11 que revela a missão integral do Mosteiro.

O conjunto formado pela Mitra e o Báculo constitui o múnus do Abade, pai da Comunidade, que "faz as vezes do Cristo" (Regra de São Bento 2,2).

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