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  • Foto do escritorAbadia Cisterciense de Jequitibá

Santo Alberico de Cister


 

Para conhecer Santo Alberico, o segundo de nossos padres fundadores, é preciso olhar sobretudo para a própria história de Cister, tal foi narrada nos documentos primitivos da Ordem. Sabemos que faleceu em 1108 e a data de seu nascimento pode ser deduzida, a partir das informações existentes, como tendo ocorrido entre 1140 e 1150. Ele teria sido um dos eremitas de Colan, ou seja, daquele grupo que desejava e acabou por obter o Abade Roberto como seu superior, grupo que deu origem ao Mosteiro de Molesmes. Foi uma figura importante nesta comunidade, onde exerceu o ofício de prior.

No clima de tensão vivido em Molesmes, antes da fundação de Cister, pertenceu ao grupo que desejava uma vida monástica austera e reformada e sofreu, por isso, cárcere e açoites. Acompanhou Roberto na aventura de Cister e, quando este retornou a Molesmes, foi escolhido como seu sucessor em 1099. Governou Cister como seu abade por cerca de dez anos, naquele que talvez tenha sido o período mais difícil do Novum Monasterium (Novo Mosteiro), como era chamado Cister nos primeiros tempos.

Santo Alberico morreu com fama de santidade, fama, aliás, merecida. Sua vida foi uma perseverante procura da pureza do ideal monástico, nos termos dos valores buscados pelos autênticos reformadores de seu tempo. Tal pureza incluía pobreza e simplicidade, solidão (sempre em equilíbrio com um forte sentido de vida comunitária), afastamento do mundo, elementos fundamentais para se atingir aquilo que se chamava, então, a quies monástica. Em suma, o que hoje diríamos ser uma vida verdadeiramente contemplativa.

Sofreu e suportou perseguição e constrangimento físico em razão de seus ideais. Mas talvez seu maior legado espiritual tenha sido sua serenidade e firmeza, dirigindo Cister num tempo em que a fundação não estava consolidada e sofria, inclusive, ameaça externa, o que o levou a buscar e obter a proteção papal para o mosteiro e sua observância reformada, defendendo a quies monástica que foi o ideal que perseguiu por toda vida, a custa de muito sacrifício.

Diante de todas as dificuldades iniciais, sobretudo a insegurança causada pela partida de Roberto e a incerteza quanto à entrada de vocações suficientes para dar continuidade à obra iniciada, seu sábio governo foi fundamental para que Cister sobrevivesse e pudesse depois expandir-se.


 

F.: O Caminho Cisterciense

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