III. Dom Alois Wiesinger: um abade fundador nas Américas

24/02/2024

O Mosteiro de Apolo (Diocese de La Paz, Bolívia, fundado em 1928), que ficou sob a jurisdição da Abadia de Wilhering, Alta Áustria, era dirigido pelo Prior Pe. Justin Wöhrer, amigo íntimo de Wiesinger. Dom Aloísio até quis renunciar ao cargo de abade de Schlierbach para ir ele mesmo à Bolívia. No entanto, ele foi proibido de fazê-lo pelo Abade Geral, Franciscus Janssens. O Mosteiro de Apolo mais tarde teve de ser abandonado; apenas o convento, fundado um pouco mais tarde, conseguiu sobreviver. A segunda fundação, Spring Bank (Diocese de Milwaukee, EUA, fundado em 1928), foi inicialmente sob o abade Wiesinger como uma filiação da Abadia de Schlierbach.

A fundação mais importante sob a liderança de Wiesinger é, sem dúvida, Jequitibá, no Brasil. O abade Wiesinger viajou ao Brasil em janeiro de 1939 para conduzir as negociações da aquisição de uma entidade social filantrópica (a Fundação Divina Pastora) para a fundação do próprio mosteiro. É possível que ele tenha escapado da prisão pelos nacional-socialistas como resultado. Administrou pessoalmente a construção do mosteiro até 1946. Anteriormente, já na década de 1920, Dom Aloísio estava tentando fundar um mosteiro no Leste da Ásia, onde viu ligações com o monaquismo budista que existia lá, e também no Sul da Ásia, porém sem êxito. Entrementes, manteve correspondência com numerosos bispos missionários, especialmente da China e da Índia.

O abade Aloísio Wiesinger era um monge comprometido e ao mesmo tempo um apaixonado pelas missões. Apesar de começos difíceis e contratempos, seus esforços para se abrir para as missões tornaram-se uma preocupação comum de toda a Ordem Cisterciense. As ideias visionárias encontraram seu caminho também nas Declarações do Capítulo Geral Sobre os Elementos Essenciais da Vida Cisterciense Hodierna, de 1968, e nas Resoluções do Capítulo Geral de 1969, em vista do Decreto do Concílio Vaticano II sobre a atividade missionária da Igreja, Ad Gentes:

"Portanto:

  1. O Capítulo Geral reconhece a obra dos mosteiros missionários como uma importante tarefa que a Igreja nos confia e que pode harmonizar-se bem com a vida monástica, tanto na sua forma contemplativa como ativa;
  2. Considera o trabalho missionário na Etiópia, Vietnã, Brasil e Bolívia como uma preocupação de toda a Ordem."

O abade Wiesinger tinha um programa visionário que tentava combinar frutuosamente o compromisso missionário e a vida religiosa monástica. Baseou-se no carisma exemplar dos mosteiros e não tanto na ação missionária direta. Poderíamos resumir assim: missão pela presença, testemunho cristão pelo exemplo.

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